Quando caminhamos pela calçada que contorna a Praça da
Independência, parece que se vive em um mundo diferente do nosso, menos
hostil e mais harmônico, conduzindo nossos pensamentos para as coisas boas
e aprazíveis da vida.
Durante o trajeto, vemos as árvores mais de perto, mais convidativas e
atraentes, como se fossem pessoas próximas da gente. O ar que respiramos se
nos apresenta menos poluído e mais agradável. Como não aceitar o convite à
caminhada, tão benéfica à saúde?
Quando caminhamos os pensamentos também acompanham os nossos
passos, estes exercitando o corpo, àqueles exercitando a mente e ambos
exercitando o espírito.
Quando caminhamos sentimos o aroma das plantas, o cheiro da terra
empoeirada, e o perfume das pessoas que passam, sentimos a brisa que nos
afaga, e o nosso próprio ser pulsante que diz que há vida, sim, ao nosso redor.
O caminhante também observa os carros que passam, as motos que se
contorcem e riscam o asfalto, a bicicleta que procura o meio-fio das calçadas, a
carroça que atrapalha o trânsito, alertando-nos que essas coisas também fazem
parte do cotidiano de todos nós.
Essas observações que vemos durante a nossa caminhada nos fazem
refletir da necessidade que temos de praticar atividade física regularmente, a fim
de amenizar o estresse da vida moderna e dos efeitos maléficos da poluição
tóxica e sonora que estamos submetidos diariamente.
Por isso, abraçado às suas abstrações, vai o caminhante cumprindo o seu
trajeto, alheio aos ruídos dos veículos, mas atento sempre a tudo o que ocorre à
sua volta, sem desperdiçar nenhum detalhe, pois é do cotidiano que alimenta
suas reflexões.
Além disso, mesmo passeando os olhos para um lado e outro, é do alto
dos seus pensamentos que o caminhante tudo observa...e pensa.
Por Washington Luiz do Nascimento