"Vou-me à imensidão com minhas asas azuis buscar pelos versos ocultos"

 

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

O CAMINHANTE

 Quando caminhamos pela calçada que contorna a Praça da

Independência, parece que se vive em um mundo diferente do nosso, menos

hostil e mais harmônico, conduzindo nossos pensamentos para as coisas boas

e aprazíveis da vida.

Durante o trajeto, vemos as árvores mais de perto, mais convidativas e

atraentes, como se fossem pessoas próximas da gente. O ar que respiramos se

nos apresenta menos poluído e mais agradável. Como não aceitar o convite à

caminhada, tão benéfica à saúde?





                                                                                                                   



                                                                          

Quando caminhamos os pensamentos também acompanham os nossos

passos, estes exercitando o corpo, àqueles exercitando a mente e ambos

exercitando o espírito.

Quando caminhamos sentimos o aroma das plantas, o cheiro da terra

empoeirada, e o perfume das pessoas que passam, sentimos a brisa que nos

afaga, e o nosso próprio ser pulsante que diz que há vida, sim, ao nosso redor.

O caminhante também observa os carros que passam, as motos que se

contorcem e riscam o asfalto, a bicicleta que procura o meio-fio das calçadas, a

carroça que atrapalha o trânsito, alertando-nos que essas coisas também fazem

parte do cotidiano de todos nós.

Essas observações que vemos durante a nossa caminhada nos fazem

refletir da necessidade que temos de praticar atividade física regularmente, a fim

de amenizar o estresse da vida moderna e dos efeitos maléficos da poluição

tóxica e sonora que estamos submetidos diariamente.

Por isso, abraçado às suas abstrações, vai o caminhante cumprindo o seu

trajeto, alheio aos ruídos dos veículos, mas atento sempre a tudo o que ocorre à

sua volta, sem desperdiçar nenhum detalhe, pois é do cotidiano que alimenta

suas reflexões.

Além disso, mesmo passeando os olhos para um lado e outro, é do alto

dos seus pensamentos que o caminhante tudo observa...e pensa.



Por Washington Luiz do Nascimento


3 comentários:

  1. O Caminhante é uma crônica reflexiva que valoriza o ato de caminhar como mais do que uma simples atividade física: é também um exercício de contemplação, introspecção e conexão com o mundo ao redor. Caminhar torna-se, aqui, um símbolo de conexão com o corpo, com a mente, com a cidade e com a natureza. Um convite simples, mas poderoso, à presença e à contemplação. Parabéns, amigo! Abraço

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  2. A caminhada narrada nesta crônica é sem dúvida mais do que um exercício físico, pois o que se depreende do texto é o exercício de percepção; pessoas, locais e a natureza. A crônica traz suas reflexões durante uma tranquila caminhada. Parabéns, cronista Washington.

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  3. Tive o privilégio de estudar numa escola que fica em frente a praça da independência. Pelo menos semanalmente ou ocasionalmente passeava por lá com uma grande amiga da escola, lá as conversas, as risadas e as brincadeiras eram certas, quando não mexiamos com alguns formigueiros por lá...rsrs, muito bom poder recordar esses momentos a partir da crônica trazida por Washington, uma ótima crônica! E ainda nos alertando sobre o poder de uma simples caminhada, onde nossa mente se conecta com o presente, com o agora por inteiro. Esquecendo realmente outras realidades e criando a sua própria realidade, basta querer.

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