"Vou-me à imensidão com minhas asas azuis buscar pelos versos ocultos"

 

domingo, 8 de junho de 2025

 


Eu não sei amar

Temo a rejeição

Por isso fujo

E fico na contramão

 

Mãos duplas me atordoam

Sigo na estrada solitária

Sem direção

Corro para não ser encontrada

 

Sem destino, o medo me domina

Na mente aparecem sombras

Elas me acompanham sem piedade

Causando uma certa bestialidade

 

 

Vencida, adormeço e tenho tremores

Meu corpo se arrepia de frio

Olho ao meu redor e sinto um vazio

Livrai-me desses devastadores

 

 

 

AnnaLuciaGadelha 

 

 

 

2 comentários:

  1. O amor é via de mão dupla, todo mundo que ama não quer trafegar na mão oposta dos rejeitados, porém, quando alguém rejeita simplesmente por temer a rejeição do outro acaba entrando na contramão. Os presentes versos apresentam um eu lírico refém de seus medos. Ora, por certo o medo que é uma espécie de instinto visa nos preservar de perigos reais, todavia, temores exagerados ou imaginados podem nos impedir de avançar.

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  2. Forte e reflexiva poesia! O rejeitador geralmente carrega alguma arrogância em sua personalidade. A pessoa rejeitada se sente desolada, assombrada. Quem rejeita de forma intempestiva na verdade está fazendo uma autorrejeição, está perdendo algo, é um bitolado. O rejeitado sabendo disso e tendo consciência disso, conversa com seu eu interior, com a sua criança que um dia foi rejeitada, e agora diz para ela que está tudo certo, que passou e está tudo bem agora.

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