Eu não sei amar
Temo a rejeição
Por isso fujo
E fico na contramão
Mãos duplas me atordoam
Sigo na estrada solitária
Sem direção
Corro para não ser encontrada
Sem destino, o medo me domina
Na mente aparecem sombras
Elas me acompanham sem piedade
Causando uma certa bestialidade
Vencida, adormeço e tenho tremores
Meu corpo se arrepia de frio
Olho ao meu redor e sinto um vazio
Livrai-me desses devastadores
AnnaLuciaGadelha
O amor é via de mão dupla, todo mundo que ama não quer trafegar na mão oposta dos rejeitados, porém, quando alguém rejeita simplesmente por temer a rejeição do outro acaba entrando na contramão. Os presentes versos apresentam um eu lírico refém de seus medos. Ora, por certo o medo que é uma espécie de instinto visa nos preservar de perigos reais, todavia, temores exagerados ou imaginados podem nos impedir de avançar.
ResponderExcluirForte e reflexiva poesia! O rejeitador geralmente carrega alguma arrogância em sua personalidade. A pessoa rejeitada se sente desolada, assombrada. Quem rejeita de forma intempestiva na verdade está fazendo uma autorrejeição, está perdendo algo, é um bitolado. O rejeitado sabendo disso e tendo consciência disso, conversa com seu eu interior, com a sua criança que um dia foi rejeitada, e agora diz para ela que está tudo certo, que passou e está tudo bem agora.
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