"Vou-me à imensidão com minhas asas azuis buscar pelos versos ocultos"

 

quarta-feira, 28 de maio de 2025

A Chama da Mente

   

A Queda de Ícaro, de Jacob Peter Gowy (1635–1637)



A natureza me remete ao sagrado

Contemplando-a faço reflexões

Inúmeras e profundas indagações

Meu espírito necessita ser alumiado

Anna Lúcia

 

Reflexões me levaram a questionar a vida

Será que há um sentido pleno?

O pensamento surge com um veneno

Natureza, cadê a sua mão bendita?

 Francisco Junior

 

Refletir em meio a natureza?

Momento para uma introspecção

Encontro uma dualidade em meu ser

O que eu devo escolher?

 Maria

 

São tantas perguntas e questionamentos

Que me levam ao mundo da filosofia

Há limites para nosso entendimento

Aceitar as dúvidas é viver com sabedoria

 Anna Lúcia

 

Dentro da minha mente vultos a gritar

Reflexão é uma carne imunda no altar

A ignorância é um lago calmo e incolor

o mar filosófico só me causou a pura dor

 Francisco Junior

 

 

Velhos paradigmas vou destroçar

Anseio com fervor me desnudar

Novos conhecimentos adquirir

Transcender a mente e expandir

 Maria

 

 

6 comentários:

  1. Maria e Junior, é maravilhoso tê-los como parceiros das letras. Espero que entrelacemos nossos versos sempre.Beijos

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  2. A mão do conhecimento pode ser um afago numa noite de verão, ou algo podre que nos puxa para os calabouços do mundo. Belos versos, poetas.

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  3. Belos versos em torno da natureza a cargo desse trio literalmente familiar. Recebam meus sinceros cumprimentos, Anna, Junior e Maria. Abraço!

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  4. Que jornada íntima e tocante através da natureza e do espírito humano! Anna Lúcia, Francisco Junior e Maria, vossas vozes tecem um diálogo profundo sobre o sagrado no mundo natural e a inquietude da alma que busca sentido.

    Nossa queridíssima Anna Lúcia inicia com a reverência ao sagrado na natureza e o anseio por luz interior. Francisco Junior mergulha na angústia da dúvida existencial, onde o pensamento excessivo vira "veneno", clamando pela "mão bendita" da natureza — um apelo ao coração que sofre. Maria introduz a dualidade e a coragem da escolha, encontrando na introspecção o solo fértil para a transformação.

    Anna Lúcia retorna com a sabedoria crucial: reconhecer os limites do entendimento humano e aceitar as dúvidas como parte do viver consciente. Francisco Junior, então, expõe a agonia da super-intelectualização ("carne imunda no altar"), contrastando a ilusão da ignorância "calma" com a dor tempestuosa da busca filosófica. Maria, por fim, oferece o caminho ativo: destruir paradigmas, ansiar pelo autoconhecimento e transcender os limites da mente racional para expandir a consciência.

    Como o mestre Zen Thich Nhat Hanh verdadeiramente ensinou, em "O Sol Meu Coração":

    "Se você for uma onda e reconhecer que é água, tocará a eternidade."

    Vossas indagações, dúvidas e dores (como as de Francisco Junior) são como ondas agitadas no oceano da mente. O convite de Thay é justamente este: reconhecer nossa verdadeira natureza — como a onda que descobre ser água — além das turbulências dos pensamentos e questionamentos. Aceitar as dúvidas (Anna Lúcia) e transcender a mente (Maria) é mergulhar nessa água primordial: o sagrado que Anna Lúcia vislumbra na natureza, a quietude além da dualidade que Maria busca, e o refúgio que Francisco Junior clama.

    Que a natureza — essa "mão bendita" sempre presente — continue a ser vosso espelho e vosso templo, lembrando-vos de voltar ao momento presente, à respiração consciente, onde a paz essencial (a "água") pode ser encontrada não na ausência de perguntas, mas na coragem de ser o que já se é. Uma partilha poética e corajosa, que ecoa o caminho do despertar. Agradeço o que foi dito… e o não dito. Dez mil flores de lótus para vocês se tornarem Buddhas. 🙏

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  5. Obrigada pela análise profunda dos nossos versos, meu querido amigo e Mestre Aislan! Recebo as flores de lotus com amor e respeito. Beijos, querido

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  6. É um prazer imenso fazermos essa parceria em família. Fico muito grata e feliz! Quero agradecer muito também aos ótimos comentários. Destaco o comentário de Aislan Bezerra, que nos abraçou carinhosamente com suas profundas reflexões. Gostei profundamente da citação em que fala sobre a água, muito reflexiva. A água em seu curso, fluindo de forma natural. É como ceder ao seu percurso tranquilamente, é uma entrega total a vida com fluidez, assim as águas serenas indo em sua própria direção, com a certeza do absoluto, do eterno.

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