Dizem que o mundo tem sete maravilhas. E quem somos nós para discordar?
A Grande Muralha da China se estende como um gigante adormecido que protege um passado milenar.
O Taj Mahal pulsa como uma carta de amor escrita em mármore branco. Petra, esculpida em pedra, parece esconder os segredos do tempo em suas fachadas rosadas. O Cristo Redentor abraça o Rio de Janeiro e parece também querer abraçar o mundo. Machu Picchu, lá no alto dos Andes, sussurra aos que se atrevem a subir que há algo de sagrado no silêncio. O Coliseu nos conta que, antes de sermos civilizados, fomos espetáculo. E Chichén Itzá, com suas escadarias simétricas, prova que o tempo sempre soube mais do que nós.
São todas incríveis. Monumentos da engenhosidade humana. Provas vivas (ou quase) de que o homem sempre quis deixar sua marca no mundo — talvez para vencer o tempo, talvez só para ser lembrado.
Mas, de vez em quando, me pego pensando que as maiores maravilhas do mundo não são essas que viraram cartões-postais.
Talvez seja o riso espontâneo de uma criança. O abraço que chega quando a gente mais precisa. O café coado na hora, o cheiro de pão saindo do forno, o pôr do sol visto da calçada de casa. O reencontro depois de anos. O silêncio entre dois que se entendem sem palavras.
Ou ainda, a capacidade que temos de recomeçar, mesmo depois de tantas quedas.
Afinal, maravilhas não são apenas pedras, monumentos ou construções milenares. Às vezes, elas moram no pequeno. No invisível. No que não dá pra fotografar, mas que a gente sente.
Talvez o mundo tenha sete maravilhas, sim. Mas a oitava — ah, a oitava — talvez seja o simples ato de viver, com olhos atentos para enxergar a beleza onde ninguém mais vê.
AnnaLuciaGadelha
Os monumentos grandiosos construídos pelo homem marcam sem dúvida a passagem da nossa espécie Homo Sapiens sobre a Terra, no entanto, estas maravilhas arquitetônicas não são eternas. Das 7 maravilhas do mundo antigo, por exemplo, só sobraram as pirâmides do Egito. Maravilha mesmo é a vida, por isso viva bem com amor e sabedoria. Excelente e reflexiva crônica, Anna.
ResponderExcluirA partir do liame das suas palavras, você tem razão, Anna. Vivamos intensamente a vida, pois cada vivido nos traz uma diferente sensação.
ResponderExcluirGostei da sua reflexão, da sua crônica!
Beijo, Anna!
Uma excelente crônica para pensarmos o que realmente é uma maravilha. Enxergar a beleza onde ninguém mais vê, muito profundo, pq a beleza é vivida e sentida de forma peculiar para cada pessoa, a experiência é única, e enxergar a beleza é uma forma de ser realmente feliz. É justamente onde entra, o enxergar o invisível, um mundo infinito de possibilidades, de maravilhas, basta saber acessar, se entregar e sentir.
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