Pés rachados
Rosto enrugado
Coração apertado
Sertanejo maltratado
Chuva que não vem
Gado morrendo ao léu
No bolso nenhum vintém
Olhos secos olhando pro céu
Sertão esquecido pelos soberanos
Só morte, fome e desgraça
O cenário é só de carcaça
Desde a época dos lusitanos
Sem opção arribam para outras terras
Retirante sem esperança no coração
Deixa seu amado e sofrido Sertão
Fraquejou e emudece seu grito de guerra
AnnaLuciaGadelha
Bela e talentosa interação.
Obrigadíssima, Iolandinha
Triste realidade das nossas terras.
Faz pena ver as carcaças pelo caminho,
e o povo com os olhos secos,
pois o sol roubou até as suas lágrimas e esperanças.
- Iolandinha Pinheiro
Obrigadíssima, minha filha!
Sua interação é GRANDIOSA
Olhos esbugalhados
Pés calejados
Corações dilacerados
Até quando acorrentados?
Essa algema que fere
Essa algema que sangra
Essa algema maldita
Essa algema escraviza
Suas mentes conquistadas
Seus corações capturados
Dos seus corpos e votos gozaram
Povo, acorda! Sempre é hora!
Maria Patricio Gadelha Albuquerque
Lindo poema e interações, a de Iolanda ecoando o drama dos sertanejos e a de Maria falando do povo simples e crédulo, refém de homens sem escrúpulos, demagogos e manipuladores. Quanto a mim, foi uma honra e uma grande alegria produzir o vídeo de O Sertanejo. Parabéns, Anna!
ResponderExcluirEssa obra prima é maravilhosa. Muito forte e real, é o verdadeiro retrato do povo sofrido sertanejo. Foi um prazer fazer uma simples interação, acompanhada da interação de Iolandinha Pinheiro e da ótima produção feita por Aldrin, para enriquecer mais ainda essa relíquia. "Sertão esquecido pelos soberanos" Anna Lúcia, infelizmente a miséria, a fome, a seca mantendo esse povo no cabresto, pior é a miséria da educação, do pensamento, que os mantém presos nesse ciclo infinito, num eterno condicionamento. "Pois o sol roubou até as suas lágrimas e esperanças" Iolandinha Pinheiro, as forças para chorar perderam, de tantas falsas crenças, doutrinações, castigos e sofrimentos, suas mentes já foram corroídas, perdidos sem direção. "Até quando acorrentados?" Maria Albuquerque (eu), uma pessoa que seja para fazer algo diferente, algo incomum já pode mudar a realidade de uma pessoa. Se todo mundo fizer sua parte... Um pensamento, um ensinamento, como no mito da caverna de Platão, libertar da prisão do pensamento, das falsas crenças, da ilusão.
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