"Vou-me à imensidão com minhas asas azuis buscar pelos versos ocultos"

 

terça-feira, 29 de abril de 2025

  

 

 

 

Oi! Como vai você?

Estava num estado de felicidade supremo. 
Nada podia me abalar.
 Estava saltitante, serelepe, extasiado. 
O sorriso em nenhum momento saia da minha face.

Foi nesse estado de júbilo que me encontrei com antigo colega de escola.

Como é de praxe nesses encontros, o supracitado me metralhou com várias perguntas.

Inicialmente, me perguntou como estava no trabalho. 
Respondi que nada tava fácil, que apesar de formado, 
ainda recebia quase como estagiário e o meu chefe era um ser desprezível.

Em seguida perguntou-me se já eu tinha um carro. 
Falei que tive que vender, no entanto, 
já estava juntando um dinheirinho pra comprar uma moto, 
do jeito que eu gosto e meu pai me ensinou, a vista.

Ele nem tentou disfarçar a sua repulsa.

Por último, questionou-me se eu tá tinha ido para Orlando, nos Estados Unidos. 
De início, não entendi o motivo da pergunta, mas depois tudo se esclareceu. 
Essa foi a maneira encontrada por meu ex-colega de dizer 
que tinha feito uma viagem para aquele lugar na semana passada.

Como eu não estava nada a fim de prolongar tal conversar, não perguntei nada.

Depois desse encontro, notei uma coisa. 
As pessoas sempre me faziam vários questionamentos, 
entretanto, nunca perguntavam se eu estava feliz.

Concluí que, para a maioria dos indivíduos, 
 a felicidade está inteiramente interligada em ter um bom salário, 
um bom carro e fazer viagens maravilhosas.

Bom, apesar de não ter nada disso, me considero feliz, muito feliz.



AnnaLuciaGadelha e Francisco Junior

5 comentários:

  1. Um texto sensível e talentoso que retrata de forma fidedigna os valores distorcidos de uma sociedade que vive um falsa realidade. Excelente, JR! Parabéns

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  2. Muito verdadeiro e real. Infelizmente a maioria das pessoas aprenderam a atrelar a felicidade as coisas materiais e efêmeras. Não se aprofundam de verdade no que realmente faz sentido na vida, não tem coragem de mudar essa realidade. muitas vezes por falta de conhecimento, de autenticidade, não sabem nem o que são, se guiam pela maioria burra, seguem um mero padrão social e não criam o seu próprio padrão, não buscam o autoconhecimento e vão conforme o que disseram-lhes para fazer e ser. Sejamos diferentes, sejamos autônomos, sejamos únicos... Belíssima inspiração da minha mãe Anna e meu querido irmão Junior!

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  3. Há interesse dos poderosos que a maioria seja assim, são pessoas alienadas e mais fáceis de serem manipuladas

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  4. Aldrin M. Félix: as pessoas condicionam a sua felicidade ao ter: ter dinheiro, casa, piscina, automóvel, marido, esposa, filhos etc. quando deveriam condicioná-la ao ser: ser bom, leal, honesto, solidário, amigo, calmo etc. A verdadeira felicidade está na conquista das virtudes, pois essas não nos podem ser retiradas ou roubadas. Diz-se que a felicidade é um estado de espírito, concordo. Tal estado incomoda e mesmo provoca a ira de outrem, porque o normal é buscar a felicidade nas coisas materiais e nas convenções sociais, porém, sem nunca alcançá-la. Parabéns Junior e Anna pela reflexiva crônica.

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