"Vou-me à imensidão com minhas asas azuis buscar pelos versos ocultos"

 

terça-feira, 15 de abril de 2025

Aflição







 Madrugada fria e amedrontadora 
 Corro velozmente no bosque 
 Estou perdida entre as árvores 
 Ouço o piado da coruja agourenta
 Meu coração sangra e lamenta 
 Tenho que encontrar meu amor 
 Fizemos um pacto de sangue 
 Vim te buscar, meu querido 
 Ele não escuta meu clamor 
 Ei-lo tocando piano 
 Abraço-o fortemente 
 Quero teu abrigo 
 Estou invisível e me apavoro 
 Ele se levanta e sobe a escada 
 Eu volto para minha morada 
 O vento sopra às lufadas 
 Estou completamente abandonada 
 Vejo flores, túmulos e ouço gritos 
 São espíritos que estão aflitos.







AnnaLuciaGadelha

2 comentários:

  1. Espíritos em busca de ascensão ou descensão? É alma que chora para renunciar o que na carne deixou. A escolha é, ficar nulo na doce ilusão da invisibilidade, tentar sentir o que já se desempoderou, se perdeu. Ou encorajar e desapegar, se libertar e viver o novo, o restauro, a ascensão fidedigna.

    ResponderExcluir
  2. Aldrin Marcelo: poema de alma penada, amor, terror ou apego? Ah, pode ser apenas a imaginação da poeta a nos meter medo 👏👏👏

    ResponderExcluir